Seguir em frente parece ser fácil, e por enquanto vou fingindo que consigo

13/09/2010

Um mês!

Hoje faz um mês que ela faleceu e essa foi a mensagem que eu li na missa de um mês que aconteceu quase nesse instante:
Quantas mudanças, quanta coisa aconteceu. Há exatamente um mês, estávamos vivendo nossas vidas normalmente, até que o que era improvável e inesperado aconteceu (não pela morte, mas pelo jeito em que esta ocorreu).
Hoje, estamos aqui para lembrar esse mês. Mês de sofrimento, de dor, de choro e principalmente de saudade.
Dor essa que não teima em passar. Saudade que ficará para sempre.
Saudade chata que eu não queria estar sentindo. Dificuldade de viver. Viver uma vida que foi cortada e dilacerada.
Para mim, ficou um vazio, onde tento buscar forças no seu exemplo de vida e em tudo o que você ensinou.
E agradeço pela nossa família, por cada tio e primo.
Te amarei eternamente, até o meu último suspiro, por que sempre foi e sempre será assim.
Da sua eterna flor de larajeira e botão de rosa, Janaina

09/09/2010

Cada dia, tenho certeza de que acontecem coisas na vida pra gente crescer. E que eu cresço todo dia com cada novo aprendizado.
Ao longo desses anos, aprendi abstrair as coisas que não tem valor e que não vão me fazer bem. Afinal, energia positiva atrai energia positiva e energia negativa atrai negativa. Dificilmente lamento por ter perdido ou ter deixado de ganhar algo que queria muito.
Para muitos, isso é puro comodismo ou hipocrisia. Muita gente não entende como consigo ser assim, mas sou (ok, quem me conhece pode até não acreditar, mas eu mudei muito). Penso e vejo que que ainda não era a hora e aquilo não era pra ser meu, pois o que é meu tá guardado.
Não é o lance de varrer e colocar a sujeira embaixo do tapete, mas de pensar se realmente vale a pena se maltratar, ficar triste, com a gastrite atacada, chorando horrores por algo que não vai trazer crescimento e satisfação alguma.
Hoje, gosto de ver as coisas com bons olhos, gosto de pensar que todo mundo é bom, mesmo quando o meu sexto sentindo me diz o contrário. E olha que ele, o meu sexto sentido, é aguçadíssimo. Quem me conhece sabe muito bem disso.
Uma das coisas que aprendi, é que nessa vida a gente só leva Deus, famlia e amigos. Que caixão não tem gaveta e mortalha não tem bolso.
Confesso que penei muito pra aprender a ser assim e que o caminho a seguir é longo e difícil. Mas, de uma coisa eu tenho certeza: quero ser feliz e mais nada.

01/09/2010

Sinto saudade

Sinto saudade do cheiro, do abraço, de pedir a benção, do braço pesado quando se apoiava na gente, da mão entre os olhos quando achava algo engraçado, da risada, de entrar na casa e vê-la sentada no sofá logo quando entrava na casa, da rede, dos livros de oração, de ouvir ela dizer ave-meria de minh'alma, das sandálias deformadas por conta dos joanetes, dos vestidos mais lindos, da chiqueza, do cuzcuz feito no pano de prato e com côco ralado por ela, do almoço de domingo, de vê-la se embalando na cadeira de balanço, da festa das formiguinhas, dos natais, de só poder viajar no ano novo depois do dia 27/12, do dia das mães, de cantar feliz aniversário batendo nas panelas e deixá-las deformadas e a tia Dora indignada, da casa na joaquim pimenta, dos conselhos, do olhar que me fazia tremer, da voz, da xuxa, da ninom, do quintal da joaquim pimenta, do resmungado, da vitalidade, de vê-la mangando do povo de um jeito que só ela sabia fazer, de levá-la ao médico, de dormir com ela, do corte de cabelo que era o mesmo desde que eu entendo por gente, da escova de pentear cabelos, de ir pra igreja de Nazaré e avistar ela de longe por causa do véu na cabeça, da união que ela sempre lutou pra que tivéssemos (independente do que tivesse acontecido), do meu aniversário do ano passado que comemorei com ela e na casa dela, do exemplo de mãe e mulher que ela foi e de mais um monte de coisas que não me recordo agora.

Hoje ficou a tristeza no rosto, a dor no coração, o santinho da missa de 7º dia do vovô (que tem escrito atrás: Vi-o agonizar e não sabia se era ele ou eu quem morria. Nenem) e as alianças que eu e matheus ganhamos e que era dela e do vovô.

E ficou faltando a benção do nosso casamento e dos nossos filhos.


Ê, Dona Nenem, dona Maria Guedes, dona Maria G., tu tá fazendo uma falta arretada aqui e juro que não sei se a senhora foi cedo ou tade demais, ou se foi no tempo certo.