E hoje foi dia de acordar cedo para comemorar mais um ano dela, afinal não é todo mundo que consegue chegar aos 93 anos.
Primeiro fomos a missa, lá na Capelinha das Irmãs, amesma em que ela frequenta desde sempre. e pra variar, ela fez todo mundo prometer que vamos continuar ajudando os seminaristas quando ela morrer. Eu nem dou muita trela pra essa besteira que ela fala.
Assim que cheguei na casa dela, já estavam a metade dos tios, primos, queridos e parentes, aos poucos foram chegando aqueles que sempre chegavam depois das 10h da manhã.
Ela pra variar, estava radiante. Também não era por menos, essa era a data em que todos esperamos durante o ano para unir a família (que díga-se de passagem não é pequena).
Além da grande muvuca, tem as conversas, gargalhadas, tios que contam as mesmas piadas engraçadas todos os anos, tios que fazem vergonha aos namorados das primas, zuada, muita zuada.
Na hora do almoço, como sempre aquele tanto de comida pra alimentar quase 100 pessoas. Coitada da Sandra que tem de se virar em 4 pra poder dar conta de tanta coisa, ainda bem que a tia Bia e a tia Dora estão lá pra ajudá-la.
Depois de querer furar a fila 3 vezes e todo mundo reclamar, da tia Ilona com gaiatisse e se fazendo de doida no início da fila, consigo me servir.
O cardápio, o mesmo de sempre, o que todo mundo passa o ano todo esperando: arroz, feijão, galinha assada, bolinha de carne como molho que só ela sabe fazer, farofa, macarrão com o tempero dela. Pra mim, a melhor comida do mundo.
Depois que todo mundo está saciado e descançando, começa a ser escutado o baticum de tampas e panelas que vem da cozinha em direção à área. Primeiro todos cantam Parabéns à você e logo em seguida Mamãe, mamãe...
Ela, num mix de raiva (pois mais um ano as panelas tinham de ser trocadas por estarem completamente amassadas) e de alegria e emoção. Por fim ela agadece à todos e diz que ano que vem a gente vai se ver de novo.
Assim, de um por um vai se despedindo e abraçando ela, e nós os mais chegados ficamos até a hora em que ela vai se deitar pracomeçar a rezar os 20 livros de oração que ela faz religiosamente todos os dias, de manhã e à noite.
É, seria e teria sido tão bom se tudo tivesse acontecido assim. Mas infelizmente tudo mudou e pra mim o dia 27/12 assim como todos os outros dias desde o dia 13/08 estão vazios e sem muita graça.
Queria só mais alguns anos com ela aqui, e que ela morresse beeem velhinha, deitadinha na cada, morta de linda, depois de ter se despedido de todos os que a cercavam.
Agora é meio tarde, e fica aqui dentro apenas a minha dor e sofrimento.
Mas como ela mesmo falava: seja feita a vontade de Deus. E se Ele quis assim,quem sou eu pra mudar.
Primeiro fomos a missa, lá na Capelinha das Irmãs, amesma em que ela frequenta desde sempre. e pra variar, ela fez todo mundo prometer que vamos continuar ajudando os seminaristas quando ela morrer. Eu nem dou muita trela pra essa besteira que ela fala.
Assim que cheguei na casa dela, já estavam a metade dos tios, primos, queridos e parentes, aos poucos foram chegando aqueles que sempre chegavam depois das 10h da manhã.
Ela pra variar, estava radiante. Também não era por menos, essa era a data em que todos esperamos durante o ano para unir a família (que díga-se de passagem não é pequena).
Além da grande muvuca, tem as conversas, gargalhadas, tios que contam as mesmas piadas engraçadas todos os anos, tios que fazem vergonha aos namorados das primas, zuada, muita zuada.
Na hora do almoço, como sempre aquele tanto de comida pra alimentar quase 100 pessoas. Coitada da Sandra que tem de se virar em 4 pra poder dar conta de tanta coisa, ainda bem que a tia Bia e a tia Dora estão lá pra ajudá-la.
Depois de querer furar a fila 3 vezes e todo mundo reclamar, da tia Ilona com gaiatisse e se fazendo de doida no início da fila, consigo me servir.
O cardápio, o mesmo de sempre, o que todo mundo passa o ano todo esperando: arroz, feijão, galinha assada, bolinha de carne como molho que só ela sabe fazer, farofa, macarrão com o tempero dela. Pra mim, a melhor comida do mundo.
Depois que todo mundo está saciado e descançando, começa a ser escutado o baticum de tampas e panelas que vem da cozinha em direção à área. Primeiro todos cantam Parabéns à você e logo em seguida Mamãe, mamãe...
Ela, num mix de raiva (pois mais um ano as panelas tinham de ser trocadas por estarem completamente amassadas) e de alegria e emoção. Por fim ela agadece à todos e diz que ano que vem a gente vai se ver de novo.
Assim, de um por um vai se despedindo e abraçando ela, e nós os mais chegados ficamos até a hora em que ela vai se deitar pracomeçar a rezar os 20 livros de oração que ela faz religiosamente todos os dias, de manhã e à noite.
É, seria e teria sido tão bom se tudo tivesse acontecido assim. Mas infelizmente tudo mudou e pra mim o dia 27/12 assim como todos os outros dias desde o dia 13/08 estão vazios e sem muita graça.
Queria só mais alguns anos com ela aqui, e que ela morresse beeem velhinha, deitadinha na cada, morta de linda, depois de ter se despedido de todos os que a cercavam.
Agora é meio tarde, e fica aqui dentro apenas a minha dor e sofrimento.
Mas como ela mesmo falava: seja feita a vontade de Deus. E se Ele quis assim,quem sou eu pra mudar.